Fashion Revolution Day!


Já escrevi sobre meus cursos de moda por aqui... Mas como o mundo é cíclico e a gente sempre muda e se renova, sempre é bom abrir um espaço para conversar e ~ beber um kuat ~ abrir a cabeça para alguns assuntos.

Desde que me formei em Direito, estudei igual uma condenada para o Exame da Ordem, para a área trabalhista e ao mesmo tempo estudando moda, comecei a me questionar por várias e várias coisas.

Os escândalos sobre a descoberta de fábricas clandestinas e trabalho escravo ao redor do mundo, me fez questionar sobre a origem, sobre o consumo, sobre sustentabilidade e principalmente, sobre os direitos , é inevitável procurar o mundo jurídico em todas as relações e resolvi PARAR de pensar dentro da caixinha das modinhas e da "necessidade" de ter determinadas coisas e me questionar mais, me posicionar mais.

A minha primeira "ação" em relação à esse meu pensamento, foi quando descobriram que a Zara utilizava mão de obra escrava, passei um tempo, acho que quase 1 ano, sem comprar nada da loja, claro que isso foi irrisório para a rede, mas pra mim valeu muito. Consciência tranquila, era o que me definia.

Tempos depois, voltei a comprar lá e inevitavelmente, olhei a etiqueta e fui ver onde a minha roupa foi fabricada, não lembro de onde era, mas provavelmente, era na China/Indonésia/Índia/Vietnam. Isso virou uma mania, até meio chata, mas continuo fazendo. Sério, sempre olho a etiqueta de dentro, pra saber como as coisas estão realmente funcionando nesse mundo.

Essa atitude de "boicote", de "fiscalização" no meu mundo fashion, realmente me abriu mais ainda os olhos ao desrespeito com os seres humanos que precisam trabalhar em condições miseráveis e análogas à escravidão para garantir o sustento de suas família. Porr@, que isso gente! Depois de anos e anos, evoluções tecnológicas, têxteis, psíquicas, sanitárias e etc, ainda existir esse tipo de exploração é no mínimo revoltante.

É triste, perceber quão o ser humano ainda utiliza do seu irmão para sua realização capitalista. E olha, isso é mesquinho, triste e de novo, revoltante.

Do outro lado, pelo olhar de produtora de moda, vejo como o lucro é encarado de forma tão insistente, a ponto de ser "necessário" utilizar esse tipo de mão de obra. Mas, não, não! Isso está errado! Muito errado!!

E o que me intriga é que a grande massa de consumidores, que não são ligados ao mercado da moda, profissionalmente, às vezes não se importa com esse tipo de coisa. E continua a comprar desenfreadamente, sem o mínimo de peso na consciência. É, acontece. Eu sei, mas não deveria...

Dai, depois de tanto falar sobre isso, começa o propósito do tal Fashion Revolution Day, que marca o início de ações em todo o mundo para se questionar ~ Quem fez as minhas roupas? ~.

A idealizadora dessa ação, fala um pouquinho como funciona nesse vídeo, dê o play e entenda mais sobre o caso!



Bom, depois de entender o motivo real dessa mobilização, não me restou outra coisa a não ser me unir com essas pessoas. Sempre quis conversar sobre o assunto, com pessoas engajadas e saber como estão sendo as reações diante desse tipo de notícia, que, infelizmente, não param de ser divulgadas. É realmente uma triste realidade.

Aqui em Brasília, ocorreu um evento 'filial', de união das pessoas que estão pensando um pouco fora da caixinha, estava cansada, passei o dia inteiro na rua, mas quando cheguei no local percebi o engajamento, a boa vontade e me identifiquei com todos que estavam ali, numa sexta feira a noite, para discutir um assunto tão marginal e no final foi lindo!!


Por mim varávamos a noite conversando e expondo opiniões e tudo mais. Foi mágica, a experiência de me ver cercada de pessoas que pensam diferente, se questionam e querem expor isso ao mundo, ou no mínimo, mudar o seu próprio mundo.

E aqui eu deixo uma sugestão de reflexão e mudança de hábitos e pensamentos! Vamos pensar um pouco fora da caixinha, dar valor aos trabalhos manuais e caseiros, não achar - sempre - que o mais barato é melhor, mas principalmente, mudar algumas atitudes de consumo, pensar sobre o assunto, se posicionar, estabelecer limites e fiscalizar as ações das empresas, empresários e indústrias atuantes no mundo da moda.


É difícil achar algumas informações, ex: a origem do tecido em que as roupas são fabricadas, mas parar um instante, dar uma olhadinha na sua etiqueta e se questionar como/quem/quando fizeram minhas roupas, já é um grande avanço. Afinal, tudo começa com um simples passo, sem ele, não saímos de lugar nenhum.


Pra quem quiser saber mais, alguns blogs fizeram posts explicando sobre esse movimento e também existe a página no Facebook, o Site e o Instagram do movimento.
Um dos blogs que fez um texto ótimo sobre esse dia foi o Modices.

E além disso, eles promoveram uma ação nas redes sociais, para que tirássemos uma foto com uma peça de roupa ao avesso e questionar à marca quem fez a peça. Eu participei, marquei todas as hashtags e me posicionei em relação à ação.


Meu vestido, esse ai da foto, eu comprei na época do meu intercâmbio e pasmem, ele custou 2,99 Euros. Na época eu não tinha tanta noção sobre o assunto e realmente comprei sem pensar e hoje além de me questionar quem fez esse vestido, me pergunto, se a marca me vendeu esse vestido por 2,99 euros e eles ainda tiveram algum lucro ~claro~ quanto eles pagaram por essa peça?

É ou não é assustador, saber que paguei menos de R$ 10,00 em uma peça, de uma grande marca de fast fashion, sabendo que não existe esse tipo de preço quando se tratam os trabalhadores de forma justa.

Enfim, vamos parar e pensar um pouquinho... #fikdik
=)

Andrea

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